Não podia estar mais de acordo com que o Nuno Ramos de Almeida escreve no 1º parágrafo deste artigo. A chamada “construção europeia” é obra de elites supostamente esclarecidas e, preferencialmente, outorgado ao povo por decreto. Porém, discordo em absoluto dos restantes argumentos.
A politica económica da Grécia é frequentemente referendada em eleições e escolha dos eleitores sempre foi o despesismo. Provavelmente, o que nunca imaginaram foi que chegaria o momento de pagar a conta. Mesmo que venha a ser acordado uma reestruturação que coloque a dívida grega num nível sustentável a austeridade é sempre inevitável. Até porque a Grécia vai ficar muitos e bons anos sem acesso aos mercados de crédito e vai ter um longo e penoso trabalho para os convencer que daquela vez tenciona mesmo honrar as suas dívidas. Os gregos até podem decidir que não querem a austeridade imposta pelo exterior. Só que isso levará à interrupção no financiamento externo e implicará um ajustamento muito mais rápido e violento. Um terreno bastante fértil para “gerar [a] injustiça, o ódio e talvez a guerra“.