Após muita resistência consta que o BCE irá finalmente aceitar um “haircut” na dívida grega que detém. Três considerações.
Primeiro. Segundo cálculos efectuados por vários analistas para colocar a dívida grega num patamar sustentável a reestruturação terá de eliminar cerca de 70% do montante em dívida. Portanto, mesmo com a participação do BCE (que dados os montantes de dívida que detém nunca poderia ficar fora deste processo) qualquer valor significativamente mais baixo não será credível para o mercado. Digo eu.
Segundo. Uma vez que duvido que os títulos gregos estivessem contabilizados a valor de mercado no balanço do BCE isto implicará uma importante “rombo” nas contas do banco central europeu. Quem irá participar num eventual aumento de capital? Pois.
Terceiro. Ainda seja fundamental a reestruturação da dívida grega não percebo os festejos deste blogger. Se o acesso aos mercados já era difícil agora ficará impossível. A não ser que descubram entretanto uma fonte inesgotável de riqueza isto vai implicar (ainda) mais provações para o povo grego. Se o próprio BCE se arrisca a perder o dinheiro que emprestou à Grécia que é que lhe vai emprestar dinheiro agora? Eu não.