Chama-se “culto da carga” à tentativa de sociedades tecnologicamente atrasadas adoptarem, de forma ritualista, os sinais exteriores de progresso das mais desenvolvidas. Ainda que não consigam discernir de forma correcta a relação de causalidade, esperam com isso obter as mesmas comodidades das últimas. O exemplo clássico ocorreu nas ilhas do Pacífico praticamente isoladas de contactos exteriores até à chegada de americanos e japoneses durante a IIª Guerra Mundial. Após a partida das forças ocupantes, os ilhéus tentaram garantir a continuação do maná que literalmente lhes caia do céu, trazido pelos aviões de abastecimento, construindo réplicas exactas dos aeródromos. Mas há outros. No livro “Mao’s Great Famine” de Frank Dikötter (aqui recordado por Bryan Caplan) explica-se o comunismo como um “culto da carga” massificado em que as consequências foram amplificadas pela planificação central. No Grande Salto em Frente Mao Zedong pretendeu transformar a China num dos maiores produtores de aço a nível mundial. Afinal, todos os países desenvolvidos o eram também. O resultado deste maciço desvio de recursos foi a fome generalizada e toneladas de aço de fraca qualidade e sem utilidade para a economia chinesa. No plano nacional penso que o “culto da carga” é a forma correcta de entender as “paixões”, “apostas” e “prioridades” dos governos socialistas que prometiam tornar-nos numa referência de desenvolvimento a nível mundial. O maciço desperdício de recursos em que toda a despesa era por artes mágicas transformada em “investimento” levou-nos à ruína. As supostas “tecnologias do futuro” só se tornaram rentáveis graças a generosos subsídios estatais. O sobre-investimento em infraesturas revelou-se incomportável para a economia nacional. Os nossos sumo-sacerdotes garantiam um futuro radioso se lhe obedecessemos cegamente. Dir-se-ia que, em vez disso, despertam a fúria dos deuses,
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