Olhando para os números do INE para o desemprego de 1983 até 2011, qualquer leigo poderá verificar que este aumenta de forma sustentada desde 2001 e de forma mais acentuada desde 2008. Para o conhecido “especialista” Daniel Oliveira o recente aumento do desemprego prova o falhanço da implementação das políticas da “troika”. A não ser que ele acredite na eficácia retroactiva dessas medidas parece-me que conviria ao dito “especialista” aprofundar os conhecimentos sobre os temas que pretende escrever.
Estive aqui, sem grande sucesso, a tentar lembrar-me que medidas poderia o actual governo ter tomado em 6 meses que justificassem o título do post de Rui Peres Jorge. Para piorar ainda me lembrei que a variável do desemprego historicamente e no mesmo sentido às variações do PIB com um desfasamento de 6 a 9 meses e que o memorando da troika ainda foi assinado durante o mandato do governo PS.
President Obama’s top economic advisor Larry Summers laid out ground rules for how stimulus dollars should be spent: The funds must be “targeted” at resources idled by the recession, the interventions must be “temporary,” and they needed to “timely,” or injected quickly into the economy.
None of that turned out to be true. “Even if you were to believe that government spending can trigger economic growth,” says Veronique de Rugy, Reason columnist and senior research fellow at the Mercatus Center, “the money is never spent in a way that’s consistent with the conditions laid out by the Keynesians for it to be efficient.”
A ignorância económica tem destas coisas. O autor do post supra não se apercebe que acaba por dar razão ao secretário de estado. Em Portugal, o SMN é especialmente pernicioso porque se aproxima demasiado do salário médio. As consequência estão à vista e são indesmentíveis. O autor parece pensar enfermar da ilusão que estas questões se resolvem por decreto.
O Luís Aguiar-Conraria relembra algumas das conclusões de um estudo sobre o impacto do salário mínimo nacional em Portugal
– o efeito negativo de aumentos do salário mínimo sobre o emprego das mulheres é cerca do dobro do encontrado para os homens;
– o impacto negativo sobre o emprego dos trabalhadores menos qualificados é particularmente adverso e sente-se em especial na região Norte;
– os jovens com idade inferior a 25 anos são os mais penalizados pelo aumento do SMN, sofrendo perdas de emprego muito significativas – acima dos 5% desde 2007;
– os sectores em que o emprego mais diminui em resposta ao aumento do SMN são a Agricultura e Pescas e Indústrias Extractivas, seguidos da Indústria Transformadora e da Construção.
The paper studies a 1999 reform in Portugal, when the unemployment benefit (UB) entitlement period was increased from 15 to 18 months for people aged 30-34. However, the entitlement was left unchanged at 18 months for people aged 35-39, who are used as a counterfactual.
The figure above displays job finding rates at different unemployment durations and finds very clear spikes exactly at the time when unemployment benefits run out. Consistently with previous evidence, these results indicate that unemployment duration increases very closely with the maximum UB length. Moreover, although one could expect that more generous entitlements would allow the unemployed to look for better jobs, the paper also reports that re-employment wages do not benefit, on average, from longer UB entitlement.
O regresso da inflação e a persistência do desemprego na Europa não conseguem sobrepor-se às actualizações ao minuto do casamento de William e Kate. É nestes dias que descubro porque sou republicano.
Governar, garantem os sábios, é uma arte, como tudo o resto. Os governantes que se imaginam mandatados para “apostar” o dinheiro que não lhes pertence nas suas obsessões particulares fariam bem em não esquecer que apostar é sujeitar-se aos caprichos da fortuna: nem todos terão a sorte de um exílio dourado, como o autocrata tunisino.
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