Relativamente a Fernando Nobre pouco tenho a dizer. Faço minhas a palavras do Jorge Costa
eleição de Fernando Nobre com 14%, um ser politicamente indigente, uma inteligência nula, um discurso completamente vazio e insignificante, que estabelece, de fora do sistema, uma relação afectiva, imediata e acéfala, que dispensa a articulação coerente de quaisquer palavras, que não requer a mediação de qualquer atitude reflexiva, para atrair a militância, mediação cujo elemento é necessariamente a palavra e o discurso coerente e com sentido, proposto a um exercício mínimo de razão crítica por parte do eleitorado;
Volens nolens, Fernando Nobre aí está, pronto, como ele dizia ontem, para se pronunciar, nos próximos cinco anos, sobre tudo e mais alguma coisa, num longa pré-campanha presidencial, dependendo, para ser esvaziado, de um improvável up-grade do ambiente político.
Já alguém percebeu a razão da candidatura de Defensor Moura? Voluntarismo inconsequente do ex-autarca de Viana ou foi empurrado por algum assessor que achou útil um candidato-extra para introduzir o “caso BPN” na campanha? Brilhante estratégia, de qualquer forma.
Depois de em 2005 ter queimado Mário Soares, nas presidências de 2010 José Sócrates acaba de vez com as ambições de vez Manuel Alegre, respectivo séquito e todos aqueles que sonham com aliança PS-Bloco. Desta forma, Sócrates reforça o domínio absoluto no PS. A derrota nas presidências é assim uma secreta e saborosa vitória. O problema é que isso só teria alguma utilidade se o PS e Sócrates ainda dominassem as sondagens. Algo que já não é verdade há algum tempo. O PS só lhe interessa enquanto meio de assalto ao poder. Como se comprova pela forma com tem dizimado sistematicamente a oposição interna com estes presentes envenenados. Não que isso me chateie. Antes pelo contrário.

Não contem comigo para reeleger Cavaco Silva (ok, eu sei que o meu apoio ou voto é irrevelevante mas ao menos alimento a fantasia que alguém se interessa pelo que escrevo). Esclareço que o que move contra ele não é a falta de veto à legalização do aborto ou do casamento homossexual mas a recordação desta bela trapalhada que ofereceu a eleição ao PS. E, de qualquer forma, não prevejo grandes dificuldades à sua reeleição. As aparições públicas do candidato mini-Chavez valem a Cavaco mais votos que umas boas centenas de outdoors.
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