Novas Oportunidades (edição russa)

No blog Da Rússia

Há três semanas, a cadeia de televisão NTV relatou que mais de 70 engenheiros a exercer actividade numa fábrica de aeronaves em Komsomolsk-no-Amur, na região de Khabarovsk, tinham obtido falsas licenciaturas em engenharia de uma universidade técnica local. Esta fábrica militar de alta segurança, pertencente ao grupo Sukhoi, detido pelo estado, realiza a montagem dos caças Su-27, Su-30 e Su-35, bem como do aguardado avião comercial Superjet 100. É claro que o comércio de diplomas falsos não é novidade nenhuma. No entanto, o número de funcionários envolvidos neste caso é desconcertante.

Os gestores da Sukhoi mostraram uma atitude desinteressada em relação ao escândalo e recusaram-se a despedir os funcionários, referindo-se a uma regra da empresa que indica que os mesmos só podem ser despedidos caso tenham cometido “crimes graves” (de acordo com o Código Criminal, a compra de um diploma falso está sujeita a uma sentença máxima de 80.000 rublos e dois anos de “trabalhos correccionais”). A mesma equipa de gestão explicou também que os diplomas constituíam uma mera formalidade, uma vez que os engenheiros eram funcionários da empresa há vários anos, tendo garantido que nenhum dos visados estava envolvido na produção de aeronaves.

Este é um caso clássico de negação da realidade. A Shukhoi fingiu ter “aumentado as qualificações dos trabalhadores”, transformando instantaneamente dezenas de empregados com curso secundário em engenheiros com graus universitários. Até terem sido apanhados, todos parecem ter ganho com o esquema. A fábrica reportou à sede da Sukhoi em Moscovo que cumpriu o plano relativamente ao número de engenheiros universitários no seu pessoal, os trabalhadores receberam um pequeno bónus pelo seu novo nível de competências e todos fingiram que estavam a fabricar aviões melhores.

Post a comment or leave a trackback: Trackback URL.

Deixe um comentário